Um aro de raio
R possui densidade constante λ, determinar:
a) O momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centro de massa do aro e é perpendicular ao plano
do aro;
b) O momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centro do aro e está no plano que contém o aro;
c) O momento de inércia em relação a um eixo que está a uma distância de
\( \frac{3}{2}R \)
do eixo do item (a).
Dados do problema:
- Raio do aro: R;
- Densidade do aro: λ.
Solução
a) O momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centro de massa é dado por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{I=\int r^{2} dm} \tag{I}
\end{gather}
\]
Adotando-se um sistema de coordenadas polares, sendo
er e
eθ os vetores unitários nas direções
r e θ, e
r o vetor que
localiza um elemento de massa
dm (Figura 1)
\[
{\mathbf{r}}=R\,{\mathbf{e}}_{r}
\]
A distância do elemento de massa ao eixo com relação ao qual se quer calcular o momento é
\[
\begin{gather}
r^{2}=\mathbf{r\cdot r}\\
r^{2}=R\,{\mathbf{e}}_{r}\cdot R\,{\mathbf{e}}_{r}\\
r^{2}=R^{2}\;{\underbrace{{\mathbf{e}}_{r}\cdot{\mathbf{e}}_{r}}_{1}}\\
r^{2}=R^{2} \tag{II}
\end{gather}
\]
A densidade linear de massa é dada por
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{\lambda =\frac{d m}{d s}}
\]
O elemento linear de massa é dado por
\[
\begin{gather}
d m=\lambda \;d s \tag{III}
\end{gather}
\]
onde
ds é um elemento de arco do aro dado por (Figura 2)
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{d s=R \;d\theta} \tag{IV}
\end{gather}
\]
substituindo a expressão (IV) na expressão (III)
\[
\begin{gather}
d m=\lambda R \;d\theta \tag{V}
\end{gather}
\]
substituindo as expressões (II) e (V) na expressão (I)
\[
I=\int R^{2}\lambda R \;d\theta
\]
como
R e λ são constantes eles “saem” da integral e integrando dθ entre 0 e 2π
\[
\begin{gather}
I=\lambda R^{3}\int _{0}^{2\pi }d\theta \\
I=\lambda R^{3}\left.\theta \;\right|_{\;0}^{\;2\pi}\\
I=\lambda R^{3}(2\pi-0)\\
I=2\pi \lambda R^{3} \tag{VI}
\end{gather}
\]
A densidade linear de massa λ será a massa total
M dividida pelo comprimento da circunferência
\( C=2\pi R \)
\[
\begin{gather}
\lambda =\frac{M}{2\pi R} \tag{VII}
\end{gather}
\]
substituindo a expressão (VII) na expressão (VI)
\[
I=\cancel{2\pi} \frac{M}{\cancel{2\pi} \cancel{R}}R^{\cancelto{3}{2}}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{I=MR^{2}}
\]
b) Como o objeto está totalmente contido no plano
xy para calcular o momento de inércia, em relação a
um eixo que passa pelo centro do aro e está no plano que contém o aro, usamos o
Teorema dos Eixos Perpendiculares (Figura 3).
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{I_{z}=I_{x}+I_{y}} \tag{VIII}
\end{gather}
\]
Como o objeto é simétrico, os eixos
x e
y são equivalentes e temos em particular que
\[
\begin{gather}
I_{x}=I_{y} \tag{IX}
\end{gather}
\]
Sendo
Iz o momento de inércia calculado no item anterior, temos usando a condição (IX) e o
resultado do item anterior na expressão (VIII)
\[
M R^{2}=2I_{y}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{I_{y}=\frac{1}{2}M R^{2}}
\]
c) Para calcular o momento de inércia em relação a um eixo paralelo ao eixo que passa pelo centro de
massa usamos o
Teorema dos Eixos Paralelos.
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{I'=I_{cm}+M d^{2}}
\]
onde
Icm é o momento de inércia calculado no item (a) e
d é a distância entre
este eixo e o novo eixo com relação ao qual se quer calcular o momento de inércia, no caso
\( d=\frac{3}{2}R \)
\[
\begin{gather}
I'=M R^{2}+M\left(\frac{3}{2}R\right)^{2}\\
I'=M R^{2}+M\frac{9}{4}R^{2}\\
I'=\frac{4 M R^{2}+9 M R^{2}}{4}
\end{gather}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{I'=\frac{13}{4} M R^{2}}
\]