Uma partícula que descreve uma trajetória circular de raio
r e submetida a uma aceleração angular
α. Determinar:
a) A aceleração total da partícula;
b) O que acontece se a componente da aceleração na direção tangencial for zero?
c) O que acontece se a componente da aceleração na direção centrípeta for zero?
Dados do problema:
- Raio da trajetória: r;
- Aceleração angular da partícula: α.
Esquema do Problema:
Solução
a) Uma das componentes da aceleração será dada pelo produto vetorial entre o vetor aceleração angular
(
α) e o vetor posição (
r), Figura 2-A
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{{\mathbf{a}}_{t}=\mathbf{\alpha}\times{\mathbf{r}}}
\]
Aplicando a regra da mão direita para o produto vetorial (levando o vetor
α em direção ao vetor
r) obtemos o vetor
at perpendicular a estes dois (Figura 2-B). Este vetor é tangente à
trajetória da partícula em cada ponto (Figura 2-C), esta é a aceleração tangencial.
Os vetores
α e
r são perpendiculares entre si, portanto, em módulo
\[
\begin{gather}
a_{t}=\alpha r\operatorname{sen}\frac{\pi}{2}\\
a_{t}=\alpha r \tag{I}
\end{gather}
\]
A partícula girando com aceleração angular
α possui uma velocidade angular
ω, então a
outra componente da aceleração será dada por
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{{\mathbf{a}}_{cp}=\mathbf{\omega}\times\left(\mathbf{\omega}\times {\mathbf{r}}\right)}
\]
O produto vetorial
\( \mathbf{\omega}\times {\mathbf{r}} \)
é uma velocidade, assim, aplicando a regra da mão direita (levando o vetor
ω em direção ao vetor
r), temos o vetor velocidade
v (Figura 3-B).
Este vetor é tangente à trajetória da partícula em cada ponto (Figura 3-C), em módulo
\[
\begin{gather}
v=\omega r\operatorname{sen}\frac{\pi }{2}\\
v=\omega r \tag{II}
\end{gather}
\]
Esta componente da aceleração pode ser escrita como
\[
{\mathbf{a}}_{cp}=\mathbf{\omega}\times\left(\mathbf{\omega}\times{\mathbf{r}}\right)=\mathbf{\omega}\times{\mathbf{v}}
\]
Fazendo o produto vetorial (levando o vetor
ω em direção ao vetor
v), obtemos um vetor
perpendicular a estes e apontado no sentido do centro da trajetória, esta é a aceleração centrípeta (Figura 4-B).
Os vetores
ω e
v são perpendiculares, portanto, em módulo
\[
\begin{gather}
a_{cp}=\omega v\operatorname{sen}\frac{\pi}{2}\\
a_{cp}=\omega v \tag{III}
\end{gather}
\]
substituindo a expressão (II) para a velocidade na expressão acima
\[
\begin{gather}
a_{cp}=\omega ^{2}r \tag{IV}
\end{gather}
\]
A aceleração total da partícula será dada pela soma das componentes centrípeta e tangencial
\[
\mathbf{a}={\mathbf{a}}_{t}+{\mathbf{a}}_{cp}
\]
Usando o
Teorema de Pitágoras e as expressões (I) e (IV), (figura 5)
\[
\begin{gather}
a^{2}=a_{t}^{2}+a_{cp}^{2}\\
a^{2}=(\alpha r)^{2}+(\omega ^{2}r)^{2}\\
a^{2}=\alpha^{2}r^{2}+\omega^{4}r^{2}\\
a^{2}=r^{2}(\alpha^{2}+\omega ^{4})\\
a=\sqrt{r^{2}(\alpha^{2}+\omega ^{4})}
\end{gather}
\]
Figura 5
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{a=r\sqrt{\alpha^{2}+\omega ^{4}}}
\]
b) A componente tangencial da aceleração é responsável pela alteração do módulo da velocidade tangencial, se a
aceleração tangencial for nula a velocidade tangencial é constante. A aceleração total coincide com a aceleração
centrípeta e a partícula gira em Movimento Circular Uniforme (M.C.U.)
Figura 6
c) A componente centrípeta da aceleração é responsável pela alteração da direção da partícula, se a aceleração
centrípeta for nula a partícula não faz a curva, ela “sai” pela tangente. A aceleração total coincide com a
aceleração tangencial e a partícula está em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V.)
Figura 7