Calcule o fluxo elétrico através de um hemisfério de raio a imerso num campo elétrico de intensidade
E.
Dados do problema:
- Raio do hemisfério: a;
- Intensidade do campo elétrico: E.
Solução
O fluxo elétrico é dado por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{\Phi_{E}=\int_{A}{\mathbf{E}}.d\mathbf{A}} \tag{I}
\end{gather}
\]
Adotamos um sistema de referência com o eixo-
z na direção e sentido do vetor campo elétrico e os
eixos
x e
y na base do hemisfério, então o vetor campo elétrico pode ser escrito como
\[
\begin{gather}
\mathbf{E}=E\;\mathbf{k} \tag{II}
\end{gather}
\]
onde
i,
j e
k são os vetores unitários nas direções
x,
y e
z
respectivamente.
O vetor elemento de área é dado por
\[
\begin{gather}
d\mathbf{A}=dA\;\mathbf{n} \tag{III}
\end{gather}
\]
onde
n é o vetor unitário na direção perpendicular à superfície hemisférica.
Observação: A base ijk foi desenhada com o vetor na direção y no sentido para
baixo de modo que o sistema de eixos seja dextrogiro, ou seja obedeça à Regra da Mão Direita.
Substituindo as expressões (II) e (III) na expressão (I)
\[
\begin{gather}
\Phi_{E}=\int_{A}E\;\mathbf{k}.dA\;\mathbf{n}\\
\Phi_{E}=\int_{A}EdA\underbrace{\;\mathbf{k}.\;\mathbf{n}}_{1}
\end{gather}
\]
Observação: Como
k e
n são vetores unitário seus módulos são iguais a 1 e o
ângulo entre eles é θ. O vetor
k tem sua direção e sentido fixos no referencial, mas o vetor
n é normal à superfície hemisférica em cada ponto, variando de θ = 0, no ponto central do
hemisfério onde a direção e sentido de
n e
E coincidem, até
\( \theta =\frac{\pi}{2} \),
na borda da superfície onde
n é perpendicular a
E (Figura 2).
O produto escalar entre eles será.
\[
\mathbf{k}.\mathbf{n}=|\;\mathbf{k}\;|\;|\;\mathbf{n}\;|\cos\theta =1.1.\cos \theta =\cos \theta
\]
\[
\begin{gather}
\Phi_{E}=\int_{A}E\cos \theta \;dA \tag{IV}
\end{gather}
\]
Para visualizar o elemento de área
dA giramos o hemisfério em torno do eixo-
x (Figura 3).
O elemento de área
dA será
\[
\begin{gather}
dA=r\;d\theta r\operatorname{sen}\theta \;d\phi\\
dA=r^{2}\operatorname{sen}\theta \;d\theta \;d\phi \tag{V}
\end{gather}
\]
substituindo a expressão (V) na expressão (IV)
\[
\begin{gather}
\Phi_{E}=\iint E\cos \theta r^{2}\operatorname{sen}\theta \;d\theta \;d\phi \\
\Phi_{E}=\iint Er^{2}\cos \theta \operatorname{sen}\theta \;d\theta \;d\phi
\end{gather}
\]
Como o campo elétrico é uniforme e a integral não depende do raio eles podem “sair” da integral e como não
existem termos “cruzados” em θ e ϕ as integrais podem ser separadas
\[
\Phi_{E}=Er^{2}\int \cos \theta \operatorname{sen}\theta \;d\theta \int d\phi
\]
Os limites de integração serão de 0 a
\( \frac{\pi}{2} \)
em
dq e de 0 e 2π em d&varphoi; (uma volta completa na base do hemisfério)
\[
\Phi_{E}=Er^{2}\int_{0}^{{\frac{\pi}{2}}}\cos \theta\operatorname{sen}\theta \;d\theta \int_{0}^{{2\pi}}d\phi
\]
Integral de
\( \displaystyle \int_{0}^{{\frac{\pi}{2}}}\cos \theta \operatorname{sen}\theta\;d\theta \)
fazendo a mudança de variável
\[
\begin{array}{l}
u=\operatorname{sen}\theta\\
du=\cos\theta \;d\theta \Rightarrow d\theta =\dfrac{du}{\cos \theta}
\end{array}
\]
fazendo a mudança dos extremos de integração
para θ = 0
temos
\( u=\operatorname{sen}0=0 \)
para
\( \theta =\dfrac{\pi}{2} \)
temos
\( u=\operatorname{sen}\dfrac{\pi}{2}=1 \)
\[
\begin{align}
\int_{0}^{1}\cancel{\cos \theta} \;u\;\frac{du}{\cancel{\cos\theta}} & \Rightarrow \int_{0}^{1}u\;du\Rightarrow\left.\frac{u^{\;2}}{2}\;\right|_{\;0}^{\;1}\Rightarrow\\
& \Rightarrow\frac{1^{\;2}}{2}-\frac{0^{\;2}}{2}\;\Rightarrow\;\frac{1}{2}
\end{align}
\]
Integral de
\( \displaystyle \int_{0}^{{2\pi}}\;d\phi \)
\[
\int_{0}^{{2\pi}}\;d\phi =\left.\phi \;\right|_{\;0}^{\;2\pi}=2\pi-0=2\pi
\]
\[
\Phi_{E}=Er^{2}\frac{1}{\cancel{2}}\cancel{2}\pi
\]
para
r =
a
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{\Phi_{E}=\pi a^{2}E}
\]