Uma polia
A, de raio 0,15 m, inicia seu movimento a partir do repouso com aceleração angular constante
de 2 rad/s
2. Esta polia é conectada a uma roda
B, de raio 0,40 m, por uma correia que gira
sem escorregamento. Determine os módulos da velocidade e da aceleração de um ponto
P na periferia da
roda
B após duas rotações.
Dados do problema:
- Raio da polia A: rA = 0,15 m;
- Aceleração da polia A: αA = 2 rad/s2;
- Raio da polia B: rB = 0,40 m;
- Deslocamento angular do ponto B: φB = 2 rotações
- Velocidade inicial da polia A: v0A = 0;
- Velocidade angular inicial da polia A: ω0A = 0;
- Velocidade inicial da roda B: v0B = 0;
- Velocidade angular inicial da roda B: ω0B = 0.
Solução
Em primeiro lugar devemos converter o deslocamento do ponto
B dado em rotações para radianos (rad)
\[
\varphi_{B}=2\;\cancel{\text{rotações}}.\frac{2\pi\;\text{rad}}{1\;\cancel{\text{rotação}}}=4\pi \;\text{rad}
\]
O problema nos diz que na correia de ligação entre as polias não há escorregamento, assim as polias giram
solidárias (giram juntas) e o módulo do deslocamento é o mesmo para todos os pontos da correia e também para
os pontos periféricos da polia e da roda. O deslocamento de um ponto em movimento circular é dado por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{S=\varphi r} \tag{I}
\end{gather}
\]
Onde
SA é o deslocamento de um ponto da polia
A (de 1 para 2, Figura 1), será
igual a
SB, o deslocamento de um ponto da roda
B, usando a expressão (I) podemos
escrever a condição de igualdade
\[
\begin{gather}S_{A}=S_{B}\\
\varphi_{A}r_{A}=\varphi_{B}r_{B}\\
\varphi_{A}=\frac{\varphi_{B}r_{B}}{r_{A}}
\end{gather}
\]
substituindo os dados do problema e adotando π = 3,14 encontramos o deslocamento angular de um ponto da
polia
A
\[
\begin{gather}
\varphi_{A}=\frac{4.3,14.0,40}{0,15}\\
\varphi_{A}=33,5\;\text{rad}
\end{gather}
\]
Como a polia e a roda iniciam seus movimentos com aceleração angular constante elas estão em
Movimento Circular Uniformemente Variado (
M.C.U.V.), usando a
Equação de Torricelli para
movimento circular
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{\omega ^{2}=\omega_{0}^{2}+2\alpha \Delta \varphi}
\]
\[
\begin{gather}
\omega_{A}^{2}=\omega_{0A}^{2}+2\alpha_{A}\Delta\varphi_{A}\\
\omega_{A}^{2}=\omega_{0A}^{2}+2\alpha_{A}(\varphi_{A}-\varphi_{0A})\\
\omega_{A}^{2}=0+2.2(33,5-0)\\
\omega_{A}=\sqrt{134\;}\\
\omega_{A}=11,6\;\text{rad/s}
\end{gather}
\]
Como a polia e a roda giram solidárias elas têm o mesmo deslocamento com a mesma velocidade, em módulo dada
por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{v=\omega r} \tag{II}
\end{gather}
\]
Aplicando a condição de igualdade para a velocidade, obtemos a velocidade de um ponto
P da roda
\[
\begin{gather}
v_{A}=v_{B}\\
v_{B}=v_{A}=\omega_{A}r_{A}\\
v_{B}=\omega_{A}r_{A}\\
v_{B}=11,6.0,15
\end{gather}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{v_{B}=1,74\;\text{m/s}}
\]
O módulo da aceleração tangencial é dado por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{a_{t}=\alpha r} \tag{III}
\end{gather}
\]
Aplicando a condição de igualdade para a aceleração, obtemos a aceleração de um ponto
P da roda
(Figura 2)
\[
\begin{gather}
a_{tA}=a_{tB}\\
a_{tB}=a_{tA}=\alpha_{A}r_{A}\\
a_{tB}=\alpha_{A}r_{A}\\
a_{tB}=2.0,15\\
a_{tB}=0,30\;\text{m/s}^{2}
\end{gather}
\]
Figura 2
A aceleração normal (centrípeta) para a roda
B é dada por
\[ \bbox[#99CCFF,10px]
{a_{cp}=\frac{v^{2}}{r}}
\]
\[
\begin{gather}
a_{nB}=\frac{v_{B}^{2}}{r_{B}}\\
a_{nB}=\frac{1,74^{2}}{0,40}\\
a_{nB}=7,6\;\text{m/s}^{2}
\end{gather}
\]
A aceleração total será a soma vetorial das componentes tangencial e normal acima
\[
{\vec{a}}_{B}={\vec{a}}_{tB}+{\vec{a}}_{nB}
\]
usando o
Teorema de Pitágoras o módulo da aceleração total será
\[
\begin{gather}
a_{B}^{2}=a_{tB}^{2}+a_{nB}^{2}\\
a_{B}^{2}=0,30^{2}+7,6^{2}\\
a_{B}^{2}=0,09+57,8\\
a_{B}=\sqrt{57,9\;}
\end{gather}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{a_{B}\approx 7,6\;\text{m/s}^{2}}
\]