Um carro percorre uma pista curva de raio
R e inclinação
θ. Qual será a velocidade
máxima que o carro pode ter para fazer a curva independente do atrito?
Dados do problema:
- Raio da curva: R;
- Inclinação da curva: θ.
Esquema do problema:
Figura 1 -
Curva inclinada no antigo autódromo de AVUS em Berlim, Alemanha.
As forças que atuam no carro são a força peso
\(\vec{P} \)
verticalmente para baixo, a força normal de reação
\( \vec{N} \)
perpendicularmente à pista (Figura 1).
Solução
O ângulo de inclinação da pista é
θ, a força peso
\(\vec{P} \)
é perpendicular ao plano horizontal, forma um ângulo de 90°, a soma dos ângulos internos de um triângulo é
180°, portanto, o ângulo entre a força peso
\(\vec{P} \)
e a pista inclinada será (Figura 2-A)
\[ \alpha +\theta +90°=180° \Rightarrow \alpha =180°-90°-\theta \Rightarrow \alpha =90°-\theta \]
O ângulo entre a pista inclinada e plano horizontal é dado igual à
θ, o ângulo entre a força
centrípeta
\( {\vec F}_{cp} \)
e a o plano inclinado também é
θ, são ângulos alternos internos (Figura 2-B).
O ângulo entre a força normal de reação
\( \vec{N} \)
e a força centrípeta
\( {\vec F}_{cp} \)
é
α (Figura 2-C), e o ângulo entre a força normal e o eixo vertical é
θ,
\( \alpha +\theta =90° \)
(Figura 2-D). Este ângulo será usado para decompor a força normal em suas componentes (Figura 3).
Desenhando as forças em um sistema de eixos coordenados
xy podemos aplicar a
2.ª Lei de Newton para o movimento circular
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{{\vec F}_{cp}=m{\vec a}_{cp}} \tag{I}
\end{gather}
\]
Na direção
x a força centrípeta resultante
\( {\vec F}_{cp} \)
é dada pela componente da força normal na direção
x,
\( {\vec N}_{x} \) (Figura 3)
\[
\begin{gather}
F_{cp}=N_{x} \tag{II}
\end{gather}
\]
A componente
Nx é dada por
\[
\begin{gather}
N_{x}=N\operatorname{sen}\theta \tag{III}
\end{gather}
\]
A aceleração centrípeta é dada por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{a_{cp}=\frac{v^{2}}{R}} \tag{IV}
\end{gather}
\]
Substituindo as expressões (III) e (IV) na expressão (I)
\[
\begin{gather}
N\operatorname{sen}\theta =m\frac{v^{2}}{R} \tag{V}
\end{gather}
\]
Na direção
y não há movimento, a força peso
\( \vec{P} \)
e a componente da força normal de reação na direção
y
\( {\vec N}_{y} \)
se anulam.
\[
\begin{gather}
P=N_{y} \tag{VI}
\end{gather}
\]
A força peso é dada por
\[
\begin{gather}
\bbox[#99CCFF,10px]
{P=mg} \tag{VII}
\end{gather}
\]
A componente
Ny é dada por
\[
\begin{gather}
N_{y}=N\cos \theta \tag{VIII}
\end{gather}
\]
Substituindo as expressões (VII) e (VIII) na expressão (VI)
\[
\begin{gather}
N\cos \theta =mg \tag{IX}
\end{gather}
\]
As equações (V) e (IX) formam um sistema de duas equações
\[
\begin{gather}
\left\{
\begin{array}{l}
N\operatorname{sen}\theta =m\dfrac{v^{2}}{R}\\
N\cos \theta=mg
\end{array}
\right.
\end{gather}
\]
dividindo a primeira equação pela segunda
\[
\begin{gather}
\frac{\cancel{N}\operatorname{sen}\theta }{\cancel{N}\cos \theta }=\frac{\cancel{m}\dfrac{v^{2}}{R}}{\cancel{m}g}
\end{gather}
\]
Lembrando da Trigonometria
\( \dfrac{\operatorname{sen}\theta }{\cos \theta} =\operatorname{tg}\theta \)
\[
\begin{gather}
\operatorname{tg}\theta =\frac{v^{2}}{Rg}\\[5pt]
v^{2}=Rg\operatorname{tg}\theta
\end{gather}
\]
\[
\begin{gather}
\bbox[#FFCCCC,10px]
{v=\sqrt{\;Rg\operatorname{tg}\theta \;}}
\end{gather}
\]